A gastronomia francesa está amargando a avaliação recente dos inspetores do Guia Michelin. E com toda razão. Eles decidiram retirar a terceira estrela que o restaurante principal do falecido chef Paul Bocuse (L'Auberge du Pont de Collonges), que chegou a ser nomeado o “cozinheiro do século” ou apelidado de o “papa da cozinha francesa”, mantinha há 55 anos.
Segundo informações do jornal "O Público", o guia enviou um alto emissário – Gwendal Poullennec, o próprio director internacional dos guias vermelhos – ao restaurante de Auberge du Pont de Collonges (em Collonges-au-Mont-d'Or, perto de Lyon) para justificar a decisão da queda de uma estrela. Já prevendo a polêmica...
A notícia pegou de surpresa nomes como o do jornalista e crítico gastronômico Périco Légasse, que, em seu Twitter, afirmou: “A cozinha francesa está de luto hoje: perdemos o Guia Michelin”.
“Um terremoto com epicentro em Lyon, a capital da gastronomia francesa”, opinou o "Libération".
Alguns críticos já disseram muito antes da morte do chef, aos 91 anos, que a pousada Collonges-au-Mont-d'Or não estava mais à altura.
A primeira estrela do restaurante veio em 1961, quando Bocuse ainda era um “ajudante” do pai no desenvolvimento do negócio. A terceira, em 1965. No Guia Michelin França para 2020 aparecerá “apenas” com duas estrelas, algo que para muitos chefs é um sonho mas que para a família Bocuse tem um gosto amargo.