"Alô pessoal, aqui é o Chico. Eu peço a vocês que são amigos do Bip Bip ou que foram amigos do Alfredinho, nosso querido Alfredinho, que colaborem para a sobrevivência do Bip Bip por intermédio de doações no site Catarse". Este é um pedido de Chico Buarque, em vídeo publicado pelo escritor carioca Marcelo Moutinho no Instagram.
Fundado há nove anos, o Catarse é uma plataforma de financiamento coletivo para projetos criativos, que vão dos mais simples até os mais elaborados. Intitulada "Salve o Bip Bip - Um bar a serviço da amizade", a campanha citada por Chico já arrecadou aproximadamente R$ 40 mil e ainda restam pouco mais 50 dias.
Não é de hoje esta relação de amor entre o compositor de "Meu caro amigo" e o bar que virou reduto da esquerda carioca, em Copacabana. Chico já foi visto por ali dando canjas homéricas, para o deleite dos fãs que, como de costume naquele endereço, aplaudem estalando os dedos (para não incomodar os vizinhos). Esta semana, outro membro do clã Buarque, Ana de Holanda, também gravou um vídeo pedindo ajuda para salvar o Bip Bip.
O que dizer de um bar que é reduto da boemia, palco de shows antológicos que adentram a madrugada, e que, por ordens do dono, o queridíssimo Alfredinho, falecido no ano passado, não pode incomodar a vizinhança? Como?
"Bar é para se sair bêbado, nao para se chegar bêbado", dizia Alfredinho, segundo me contou Marcelo Moutinho.
"O Bip Bip, depois de um certo tempo, aboliu comida. Era só bebida. E quando alguém já chegava bêbado, ele mandava essa."
As palmas foram abolidas. Só vale estalo nos dedos. Carioquíssima, sem mesas e cadeiras ( só para os músicos), cerveja gelada e comes típicos de boteco (o bolinho de bacalhau foge ao estilo " batalhau", vem com bacalhau mesmo) o Bip Bip é patrimônio do carioca.
Não pode sair de cena jamais!
(com Bruno Calixto)