Mudou a legislação de Bordeaux, entraram seis uvas novas esta semana. O INAU, que controla os vinhos com DO na França, anunciou a inclusão das castas, mas com ressalvas. Como estamos falando de uma região muito clássica, a variedade pode compor no máximo 10% do corte de alguns dos vinhos e no máximo 5% das áreas dos vinhedos, que ocupam mais de 120 mil hectares. Bordeaux, que já tinha seis variedades tintas e sete brancas, agora ganhou mais quatro tintas e duas brancas. Já vale para 2021. São elas:
As tintas
Marselan - quem conhece bastante os vinhos do Sul do Brasil já deve ter provado ou ouvido falar. Vem do cruzamento de grenache e cabernet sauvignon, segue padrão de maturação das tradicionais tintas, só que mais resistente.
Touriga Nacional - dispensa apresentações, a uva do Douro, tanto em vinhos tranquilos como em vinhos do Porto. Bem estruturada, com muito corpo, tanino e boa acidez.
Castets: variedade francesa quase esquecida na França.
Arinarnoa - muito famosa no Uruguai. Variedade francesa, cruza entre tannat e cabernet sauvignon, desenvolvida em 1956, brotação tardia o que é maravilhoso para proteger contra as geadas de primavera, que podem congelar o broto. Muito tânica.
As brancas
Alvarinho - da região da Galícia, produz vinhos secos, não muito suscetível à podridão, muito aromática, o que ajuda na perda de aromas causado pelo aquecimento global. A escolha por uvas muito aromáticas é muito importante nos dias atuais.
Liliorila - nasceu na década de 1950 após um cruzamento de barroque e chardonnay, muito aromática, acidez não tão alta, mas tem capacidade de manter características aromáticas em temperaturas mais altas.
Petit Manseng ficou de fora, por ser muito famosa nos Pirineus - para manter o mínimo da identidade da região.
Em 2019, em razão do aquecimento global (interfere diretamente na maturação dos cachos), um grupo de produtores de Bordeaux protocolou um pedido para a inclusão de sete novas uvas. Mas a região já vem estudando isso faz anos...